terça-feira, 15 de julho de 2014

Trail Entre Douro e Paiva e Louzatrail

Como já andava ausente destas andanças da escrita, porque o tempo escasseia (tal como o dinheiro), esperei pela minha participação em dois trails e assim faço uma novela tipo 2 em 1...

Há uns largos mas largos anos, vi um filme intitulado «Os deuses devem estar loucos», é daqueles filmes que o nome fica na memória mas o filme nem por isso.

Devem estar a perguntar o que é que o nome do filme tem haver com os trails... passo a explicar.

Os deuses não estão nada loucos, antes pelo contrário... tiveram momentos de grande imaginação, inspiração, dedicação e sensibilidade para terem criado serras com tamanha beleza e mistério.

A única loucura que os deuses devem ter cometido foi a criação do ser humano com o chip da destruição... porque espero que nunca esse chip seja ligado para destruir tamanha beleza.

Pelo segundo ano consecutivo participei no Luzatrail,  que é feito de afetos, de gente boa, dedicada e que não vê o trail como um meio para ganhar dinheiro, mas como forma de divulgar a sua região e as suas gentes. Foi um subir e descer, muito próximo daquilo que uma montanha russa nos proporciona. Este sobe e desce não se limita ao terreno, é também um sobe e desce de emoções e contemplações.

Água que gela os pés, mas refresca a alma, paredes que desgastam os músculos mas alimentam a alma, descidas que amedrontam o corpo mas aguçam a adrenalina. Tudo isto, servido a atletas de espírito aberto a receber tamanha informação, que nos chega pelo olfato, pelo tato, pelo sentimento, pela audição e pelo sabor.

Assim vale a pena, fazer km de carro, para depois fazer mais uns quantos a correr, a sofrer, a duvidar da sanidade mental... mas no fim, amigos... no fim... fica a gratificação de ter participado em tudo isto.

O trail entre Douro e Paiva que partiu da bela localidade de Cinfães, foi uma espécie de 2ª parte com direito a prolongamento destas emoções.

Resolveram servir-nos um banquete de beleza, digno dos melhores e mais ilustre reis, imperadores e deuses dos tempos de outrora.

E eu.. eu simplesmente tive a felicidade de me ter predisposto a viajar até lá, calçar as sapatilhas, vestir os calcões, a t'shirt e correr, correr, correr.

Como estava condicionado fisicamente para este trail, derivado a uma lesão, decidi fazer uma prova calma. Que rica ideia eu tive, com isto foi-me permitido olhar e contemplar tamanhã beleza.

Começar a prova em cima de uma ponte sobre o rio douro que fica a 70m de altitude e começar a subir, subir e mais subir até aos 1200 metros, parece tarefa complica... parece e foi, mas quando se faz no meio de rochas, riios, árvores, bosques, florestas e na companhia de compnheiros de «guerra», tudo parece ficar mais fácil. e o tempo foi passando e os km sendo ultrapassados.

Nos momentos de maior calor, aparecia assim do nada, uma fonte de água super fresca, capaz de arrefecer o corpo escaldado pelo sol. E quando a força ia faltando e o desespero parecia querer apoderar-se de mim, lá surgia mais um abastecimento com fruta e água fresca e com gente boa a servir-nos, capaz de nos recarregar as pilhas. Com isto lá me lançava para mais uns km...

Isto tudo em grande companhia... rodeado de amigos. 

Com estas duas provas reforcei a ideia que já tinha sobe o trail... «AQUI EU SOU FELIZ».

bons treinos



5 comentários:

  1. Deliciei-me ao ler o teu post, que descreves de forma poética, pois soubeste transmitir na perfeição toda a beleza envolvente de um trail, que a mim me diz muito em particular por ser de Cinfães. Parabéns amigo

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    1. Obrigado Nelson... quando se sente, tudo se torna mais fácil de escrever. :)

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  2. Obrigado Viriato pelas tuas palavras da forma como descreves tudo o que viste. É por isso que valeu a pena ter todo o trabalho, e esforço que fizemos. Eu o André passamos um bocado, cada viagem que fazíamos ao Vale ou á Serra dava pra contar uma historia.

    MUITO OBRIGADO....

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  3. Adorei as palavras, inspirando-me para dizer o que sinto ;
    Esquecemo -nos no corre corre do dia a dia, na avalanche que é a vida, de sermos Seres Humanos que vivem do prazer das imagens,do simples deslumbre da natureza , da partilha entre seres no verbal e não verbal, com a troca de pareceres sorrisos
    lágrimas e gritos, bem como o sentir d o ar respirável e renovador e a água translúcida cheia de alma que nos revitaliza para seguir em frente. Esse deveria ser o melhor prémio, porque é esse que nos completa e nos marca positivamente para seguir em frente com mais força e repetir vezes sem conta pelo prazer que dá ou já deu.Tudo isto encontramos ao percorrer o trail.

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  4. Tão bom ler o que escreves.
    Vivam os TRAILs que te fazem feliz!!!
    És grande... para mim não é só nas corridas.
    ORGULHO de irmã :)
    Bjocas

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